“CORAJOSOS, LEAIS E DISCIPLINADOS!”

Os 13 Militares (4 Sargentos e 9 Praças) da guarnição do Navio da República Portuguesa (NRP) Mondego que, no passado dia 11 de Março de 2023, formaram no Cais de Pesca do Funchal merecem a consideração, o apoio e a solidariedade de todos. De todos os seus verdadeiros Camaradas, de todos os verdadeiros Militares e de todos os verdadeiros Portugueses.
Homens experimentados, técnicos altamente especializados, cientes dos seus deveres para com o Povo Português e comprometidos com a Constituição da República Portuguesa, que juraram servir até ao sacrifício do seu bem mais precioso, a vida, se necessário, sabiam, e sabem, melhor que ninguém, o que se passava, e passa, no seu navio. E muitos outros Camaradas, também sabem o que se passa em muitos outros navios da Marinha!
Tratam-se, na sua grande maioria, para além de excelentes profissionais, de Militares justamente condecorados pelos serviços que têm prestado à Marinha e ao País: Medalha Cruz Naval de 4ª Classe, Medalha de Mérito Militar 4ª Classe, Medalhas de Comportamento Exemplar Grau Prata e Cobre, Medalhas de condecoração por missões cumpridas ao serviço de Portugal em vários teatros e tipos de missão, em mares nacionais e internacionais, e ao serviço de Agências europeias e/ou em missões da NATO. Alguns deles, oito, e enquanto elementos da guarnição do NRP Mondego, foram louvados recentemente pelo Comandante Naval por, e cita-se (destaques nossos):
“Ao longo dos últimos 20 meses de atividade operacional, o NRP Mondego tem servido a Marinha e Portugal, em diversos cenários e geografias, em particular no dispositivo da Zona Marítima da Madeira e na operação INDALO, no âmbito do controlo das fronteiras externas da União Europeia, através da agência FRONTEX.
Durante este período, a guarnição do NRP Mondego tem demonstrado grande dedicação e forte espírito de missão, […] contribuindo significativamente, no seu todo, para a imagem da Marinha Portuguesa como organização pronta, útil e focada, ao serviço dos portugueses. São assim de realçar as três comissões na Zona Marítima da Madeira, por períodos superiores a três meses, e quatro missões em que o navio foi atribuído à operação INDALO da agência FRONTEX, no mar mediterrâneo a Sul de Espanha, durante as quais nunca foram regateados esforços ou denotados quaisquer esmorecimentos, apesar das elevadas responsabilidades e sacrifícios requeridos à guarnição. […]
Assim, […], concedo três dias de mérito à guarnição do NRP Mondego, pelo excelente desempenho, foco, disponibilidade e competência demonstrados, assentes no profissionalismo, exemplo e vontade de bem fazer, constituindo-se como o exemplo para as restantes unidades navais e para toda a Marinha.”
Foram estes, os Marinheiros que, honrando a sua Condição Militar, exerceram um dos deveres mais importantes que incumbem a qualquer Militar: o dever de tutela!
E foi por esse mesmo dever de tutela, numa atitude consciente da importância e da necessidade do seu acto, que aqueles 13 Camaradas tiveram a coragem de, lealmente, informar o seu comando, que o navio não estava pronto para largar do cais para cumprimento da missão. E fizeram-no de forma disciplinada, saindo do navio e formando militarmente no cais, assim afirmando a sua total disponibilidade para servir, mas não naquelas condições técnicas. Não nas condições a que a Comissão Liquidatária das Forças Armadas (tutela militar e tutela política), a trabalhar há décadas, deixou chegar o material e as condições dos Homens e Mulheres Militares, exigindo sempre, e a qualquer preço, o cumprimento da missão. São esses, os membros dessa comissão e principais responsáveis, políticos e militares, pelo estado a que isto chegou, a quem se deve exigir responsabilidades perante o Povo Português por ter causado a necessidade deste acto.
E não, não foram arruaceiros, instigados por qualquer maquiavélica maquinação, como se tem visto ser bolsado por uma série de “comentadeiros”, que da coisa militar nada sabem, e da naval muito menos.
Quem formou no cais foram os arautos de um grito de alerta!
Quem formou no cais foram 13 Marinheiros corajosos, leais e disciplinados a quem todos os verdadeiros Camaradas, verdadeiros Militares e verdadeiros Portugueses deverão estar sinceramente agradecidos!
A Direcção

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