“HFAR em Perigo de Ruptura!”

Perante as notícias vindas a público, em diversos órgãos de comunicação social, acerca do perigo de ruptura do Hospital das Forças Armadas (HFAR), em ambos os polos de Lisboa e Porto, a ANS – Associação Nacional de Sargentos não pode deixar de afirmar a sua maior preocupação.
O militar, para responder ao compromisso por si assumido e jurado de permanente disponibilidade para lutar em defesa da Pátria, pela permanente disponibilidade para o serviço, ainda que com sacrifício de interesses pessoais, deve conservar-se pronto e apto, física e intelectualmente, podendo ser accionado disciplinarmente se negligenciar tais condições.
Para tal deve ter um serviço de saúde compatível com estas exigências.
O militar, no exercício da sua missão, onde quer que ela decorra, em África, na Europa, num qualquer oceano ou em qualquer espaço aéreo, em território estrangeiro ou nacional, consciente de que da actuação e eficácia da sua acção, com elevados níveis de concentração e entrega, pode depender a vida de terceiros, ou até da sua própria vida, não pode estar preocupado em saber se o Estado que o empenhou nessa missão, assegura, na rectaguarda, os necessários serviços de saúde para os seus e para si próprio, caso deles venha a necessitar.
Para tal deve ter um serviço de saúde compatível com estas exigências.
A Saúde Militar não é um privilégio que se concede aos militares, não! A Saúde Militar é uma exigência para a operacionalidade das Forças Armadas na resposta à sua missão constitucional de servir o Povo Português, assegurar a defesa militar da República e salvaguardar a sua soberania e independência nacional.
Para tal deve ter um serviço de saúde compatível com estas exigências.
A Saúde Militar não é um negócio! A Saúde Militar não pode nem deve ser encarada como mais um nicho de mercado!
A Saúde Militar é um serviço necessário e fundamental para o cumprimento do preceito constitucional da Defesa Nacional em que é obrigação do Estado assegurar a sua defesa nacional que tem por objectivos garantir, no respeito da ordem constitucional, das instituições democráticas e das convenções internacionais, a independência nacional, a integridade do território e a liberdade das populações.
Por isso, para os cidadãos que integram as Forças Armadas, a quem incumbe a defesa militar da República e que estão ao serviço do povo português, é absolutamente fundamental a existência de um serviço de saúde militar eficaz e compatível com as exigências da missão.
Perante a situação agora revelada, torna-se imperativo defender a Saúde Militar e lutar para que se resolva, urgentemente, a situação crítica em que se encontra o Hospital das Forças Armadas. É também por estas e por muitas outras que a atractividade das Forças Armadas é a que se conhece.
Não perceber estes factores e englobar esta exigência no estafado discurso das “contas certas” é uma enorme irresponsabilidade e falta de sentido de Estado!

A Direcção

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