132 anos do 31 de Janeiro: o Dia Nacional do Sargento!

Estamos a assinalar e a comemorar 132 anos de uma data e de um acto histórico: o 31 de Janeiro de 1891 e a revolta republicana na cidade do Porto.
A revolta, acto percursor da implantação da República, primeira expressão revolucionária do movimento republicano que sairia vitorioso 19 anos mais tarde, em 5 de Outubro de 1910, foi, segundo o eminente historiador Joel Serrão, “efectivada por Sargentos e Cabos e enquadrada e apoiada pelo povo anónimo das ruas e foi hostilizada ou minimizada pelos Oficiais, pela alta burguesia e até pela maior parte da inteligência portuguesa.”
Os Sargentos desempenharam um papel determinante na revolta de 31 de Janeiro. Recordemos que dos 22 condenados em Conselho de Guerra, 14 eram Sargentos. Os Sargentos Abílio, Galho e Rocha, a par de muitos outros, figuram entre os heróis da revolta republicana do Porto.
É neste ambiente e sentimento de revolta popular, que pela primeira vez é entoada a “A Portuguesa”. Imediatamente proibida face à derrota, foi posteriormente adoptada como Hino e Símbolo Nacional, e que hoje a entoamos com emoção.
Este movimento popular, fez parte de um sentimento generalizado de indignação que se vivia em todo o País, por parte daqueles cidadãos que não aceitaram o “Ultimatum” imposto a Portugal pela coroa britânica, não aceitaram a degradação das condições de vida dos portugueses, não aceitaram o tratamento discriminatório que se vivia no meio militar da altura, não aceitaram a corrupção, a inoperância e a submissão dos governantes de então e muito menos aceitaram ver uma Pátria velha de séculos ser colocada de joelhos perante as exigências de uma potência estrangeira que se dizia aliada mas que, na verdade, conduziam Portugal e os portugueses à miséria, à indigência e à perda da sua soberania.
132 anos depois, os Sargentos continuam a ter razões para lutar por não aceitarem a degradação das suas condições de vida, nos planos material, social e assistencial, por não aceitaram o tratamento discriminatório imposto por um regime remuneratório obsoleto, classista e elitista, e por não aceitarem a aplicação de regulamentos e normativos profundamente lesivos e descaracterizadores da Condição Militar.
132 anos depois, os Sargentos continuam a ter razões para lutar porque desempenham um papel fundamental no bom funcionamento das Forças Armadas e porque cumprem o seu dever com honra e dedicação, mas que tarda em ser devidamente reconhecido.
132 anos depois, os Sargentos continuam a ter razões para lutar em prol da sua necessária dignificação, promovendo o reconhecimento e a valorização que merecem.
Por tudo isto, assinalar e comemorar o dia 31 de Janeiro como Dia Nacional do Sargento, salientando o seu significado histórico e enaltecendo o papel dos Sargentos e os serviços por estes prestados ao País, é uma obrigação pela salvaguarda da memória e exemplo dos Sargentos de ontem, pelo defesa dos direitos dos Sargentos de hoje e por garantir o respeito e a dignificação dos Sargentos de amanhã.
Viva os Heróis do 31 de Janeiro de 1891!
Viva o Dia Nacional do Sargento!
Viva as Forças Armadas!
Viva Portugal!

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